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História do Fado – Teoria Brasilianista

Rui Vieira Nery constata, a partir de diversos registos escritos, que na origem do Fado está uma dança brasileira, de origem africana, que chegou a Lisboa através do comércio marítimo com o Brasil. Chegado aos bairros lisboetas, o fado é moldado através do contacto com as tradições de canto e danças populares portuguesas.

Segundo a teoria brasilianista, no início do século XIX, o fado surge como Fado dançado brasileiro. Isto é, uma dança de origem africana, caracterizada como sendo diversificada e podendo incluir um número variado de participantes. Esta dança cresce e ganha popularidade, entrando nos salões domésticos e palcos de teatros das grandes cidades brasileiras, nas primeiras décadas do século XIX.

 

 

A partir do final das invasões francesas e do regresso da família real e da corte que havia fugido para o Brasil, o intercâmbio marítimo intenso que se verifica entre Lisboa e o Brasil traz até aos bairros portuários de Lisboa, e especialmente ao circuito marginal da sociabilidade lisboeta, o fado brasileiro. Aqui, em contacto com as tradições de canto e danças populares, o Fado começa a ser moldado e adquire consistência e identidade lisboetas.

 

 

Assim, Nery conta-nos que as primeiras manifestações do Fado chegam a Lisboa na viragem da década de 1830 para a seguinte. No entanto, é só a partir de 1840 que a prática do Fado é encontrada no seio popular lisboeta, assente numa base social alargada. A dança vinda do Brasil chamada Fado, transforma-se assim numa expressão bairrista, preenchida pelas vivências e sentimentos da sociedade da época, expandindo-se desde os bairros até aos mais elevados espaços de convívio.

 

Bibliografia: NERY, R. (2004) PARA UMA HISTÓRIA DO FADO. Lisboa: Público/ Corda Seca.