
Maria Teresa de Noronha foi uma grande fadista portuguesa que protagonizou uma carreira distinta da maioria dos fadistas. Acima de tudo, marcou o mundo do fado com a sua voz peculiar, tendo adquirido uma grande popularidade.
Maria Teresa de Noronha nasceu em Lisboa, em 1918. Desde muito nova, cantava em festas de família e amigos, enquanto recebia uma especializada educação musical, focada no canto e no piano. Descendia dos condes Paraty, sendo desta forma detentora de um estatuto social que lhe trouxe a oportunidade de exercer a sua carreira de fadista fora do circuito das casas de fado, e que mais tarde a viria a associar com o chamado “Fado Aristocrático”.
Esta fadista poucos palcos pisou, o seu palco foi maioritariamente o programa quinzena de fados, na rádio Emissora Nacional, que manteve durante 23 anos. Assim, é a partir deste programa, em que fazia interpretações ao vivo na rádio, que Maria Teresa ganha uma grande popularidade em todo o país. Adicionalmente, a sua popularidade é reforçada pela circulação dos seus discos, chegando até a receber convites para cantar em Barcelona, Madrid e Brasil.
Maria Teresa de Noronha recorria a amigos e familiares, poetas amadores, para as suas escolhas de poemas a cantar. De entre eles, destacava-se e D.António de Bragança, autor talentoso dos seus fados mais emblemáticos, como por exemplo o Fado das Horas, Sete Letras e o Fado de Rio Maior. Para além dos seus fados castiços, ousou ainda cantar temas da canção de Coimbra, género reservado a vozes masculinas.
Fontes:
Museu do Fado: Conheça melhor: Maria Teresa de Noronha
Nery, R. V. (2004). Para uma história do fado. Lisboa, Público: Corda Seca.